Editora Abril pede recuperação judicial

A outrora grande Editora Abril pediu recuperação judicial no dia 15 de agosto de 2018 alegando uma dívida de 1,6 […]
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18 de agosto de 2018

A outrora grande Editora Abril pediu recuperação judicial no dia 15 de agosto de 2018 alegando uma dívida de 1,6 bilhões de reais.

Segundo o Jornal valor econômico a maior parte da dívida, 900 milhões de reais, está com os bancos Bradesco, Santander e Itaú.

Esse é o resultado de um grande processo de encolhimento que começou com a venda do braço mais rentável do grupo, a Abril Educação, por R$1,3 bilhões de reais ao fundo de investimento Tarpon.

A empresa tentou dar uma virada quando em 2011 contratou o ex-Santander Fábio Barbosa para a presidência. Como o mesmo ficou apenas quatro anos no comando, ele saiu em 2015, podemos supor que os resultados foram aquém do esperado.

Fica evidente que a empresa não soube se adaptar aos novos tempos e títulos como a Veja, que antes era uma grande influenciadora, ficou restrito a pessoas de meia e terceira idade, com a nova geração ignorando o periódico.

Na nossa visão a gota d'água foi a postura do grupo durante a greve dos caminhoneiros onde, apesar do massivo apoio do povo, nenhuma única postagem foi feita mostrando a reação do público. Todas as notícias estavam completamente alinhadas com o governo.

Com atitudes como essa a empresa colocou sua reputação em cheque e conseguiu o feito de estar sendo atacada por todo o arco-íris politico brasileiro.

A ironia é que a Abril é dona da revista EXAME que tem como colunista um dos mais badalados consultores de gestão do Brasil, Vicente Falconi, que escreve sobre gestão empresarial.

Isso nos lembra Warren Buffett

Se você perder dinheiro eu serei compreensivo, se perder reputação eu serei implacável.

Também é importante colocar que os fundadores da empresa, Victor e Roberto Civitta, sempre deram muita independência ao jornalismo, mesmo que eventualmente as notícias se chocassem contra os interesses dos anunciantes. Essa forte credibilidade somada a uma conexão com as tecnologias da época foram fundamentais para o crescimento da companhia.

Roberto Civitta morreu em 2013 e pelo que tudo indica não deixou sucessor a altura. Sem o talento criativo dos fundadores a empresa foi acertada em cheio pela crise que passa no setor.

A crise é como um leão na floresta que abate primeiro as presas mais debilitadas do rebanho. Dessa vez foi o momento da Abril ser pega pelo leão da floresta.

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