O IBGE divulgou nesta quarta, 4 de novembro de 2020, o resultado do setor industrial brasileiro até esse momento do ano.
Como era de se esperar ele registar uma queda de 7,2% com 6 (seis) setores no positivo, os que foram beneficiados pelo lockdown como o setor de alimentos, e 20 no negativo.
Produtos de fumo e alimentos lideram o positivo enquanto vestuário, veículos e gráficas estão no fundo do poço. Todos com mais de 30% de queda.
O ano de 2020 vai ser mais um capítulo da longa derrocada da indústria brasileira que teve a sua máxima no ano de 2011. Essa máxima ocorreu menos por qualquer reforma no Brasil, tirando o plano real, e mais pelo grande crescimento econômico da China que fez as commodities subirem de preço de uma forma ímpar.
Michael Porter na época falou uma célebre frase sobre o nosso país : "O Brasil cresceu sem fazer nada."
O Brasil por ser um grande exportador de commodities surfou essa onda temporária.
Desde então o Brasil acumulou aumento de impostos e burocracias, como o Bloco K e o e-Social, em um nível que ficou cada vez mais árido ter indústrias aqui.
Diferente da maioria dos serviços, que tem que ser feito localmente, como é o caso de um corte de cabelo ou uma massagem, a indústria tem a facilidade de levar suas fábricas para qualquer lugar do mundo.
E assim foi feito com empresa após empresa indo para vários lugares do planeta, inclusive o Paraguai, mas, não permanecendo mais aqui.
O caso mais recente e emblemático foi o da Sony que anunciou o fechamento da sua fábrica no Amazonas após 48 anos de operação.
Essas empresas que partem não fazem a esmo. Existe uma pilha de desconfiança em relação ao país. Um das maiores é, provavelmente, os dados macro econômicos.
Todos os dados, ou ao menos os mais importantes, estão extremamente no vermelho: desemprego, impressão de dinheiro, desvalorização da moeda e déficit da união.
O déficit da união em específico é incrivelmente assustador com o número passando de 95 bi no ano de 2019 para provaveis 900 bi em 2020. Isso sem contar juros. Com os juros o número rompe com muita folga a barreira de 1 trilhão de reais.
É de longe o maior rombo desde o início plano real. Não temos comparativos para saber onde isso vai nos levar, mas, certamente, onde quer que seja, será bem complicado.
Com números tão assustadores o bom senso diria que os dirigente indústriais brasileiros, pessoas com um razoavel conhecimento economico, estariam muito pessimistas, ou no mínimo cautelosos, com o futuro.
Errado! Estão animados! Ao menos foi o que notíciou a Fundação Getúlio Vargas no índice de confiança da indústria, o ICI, que está no mesmo patamar de Abril de 2011, período do auge do crescimento industrial brasileiro. Crescimento energizado pelo preço das comodities como dito anteriormente, sem que a gente precisasse ter feito nada.
O provavel motivo para essa euforia sem fundametos é o resultado da impressão de dinheiro por parte do governo. Isso criou uma demanda irrealista que não vai ter como se sustentar no longo prazo.
Esse mesmo efeito que é visto no Brasil aconteceu no USA devido aos mesmos estímulos.
No setor imobiliário a bolha é tão forte que o dono da Cyrela, Elie Horn, declarou : "O mercado não está em crise." em live para o Valor Econômico. Declaração bizarra, diga-se de passagem.
No mesmo link acima é possível ver a explicação de Fernado Ulrich, muito bem embasada, sobre os motivos para termos uma bolha imobiliária no meio da maior crise economica brasileira, na nossa opinião, desde sempre.
Quando o mercado recebe sinais contraditórios, como é o caso da fala de Helie Horn, as bolhas são criadas.
As empresas investem como se houvesse uma demanda sólida. A bolha derrente estoura. A demanda some. As empresas ficam penduradas em uma pilha de dívidas.
Em 1929 a crise foi criada por uma grande expansão de crédito que inflou uma bolha irrealista. Desde então tivemos outras dessas sendo a bolha imobiliária de 2008 a mais famosa e letal.
Aqui no Brasil, além da crise econômica criada pelo lockdown, teremos junto a crise econômica do estouro da bolha criada para remendar os efeitos do lockdown.
É como se a economia passasse por um grande terremoto e um furacão devastador. Ambos simultaneamente.
E esses empresários que estão investindo para atender a essa demanda vão ser pegos no contrapé da mesma forma que o foram em todos os outros estouros de bolha. Estarão em sua maioria com muitas dívidas ou capital de giro baixo, pois, os recursos foram canalizados para atender a uma demanda crescente que sumiu de forma inesperada.
Essa fartura de gastança não deve demorar mais muito tempo para acabar. Um sinal claro foi que muitos fundos DI, de renda fixa, ficaram no negativo no mes de outubro.
Renda fixa no negativo é a morte do canário da mina, pois, esses investimentos são tidos como seguros e a última vez que isso aconteceu foi em 2002 quando o Brasil estava sob enorme, mas, não tanto quanto o atual, stress financeiro.
Isso aconteceu devido a falta de confiança do mercado na dívida do governo. Para em detalhes a parte técnica dessa queda assista ao video de Richard Rytenband sobre o componente pos fixado dos fundos DI.
O que temos de bom com tudo isso é que as mudanças somente acontecem na crise. Esse é o momento em que as pessoas estão dispostas a mudar uma vez que a realidade se torna, por vezes, desesperadora.
O Movimento Combustível Sem Imposto foi projetado do zero para crescer em momentos de stress e aproveitar essa energia para fazer as mudanças necessárias no Brasil.
Se você quer fazer parte dessa mudança considere se tornar um militante do nosso movimento se cadastrando nesse link aqui.
Se você não fizer nada os políticos vão continuar te roubando