O Movimento Combustível Sem Imposto foi fundado em 1 de Junho de 2018 ainda com o nome de Movimento Alezzia. Desde deste dia até 11 de Março de 2024 crescemos consistentemente a ponto de nos tornarmos o maior movimento do Brasil.
Ainda sim, como o nosso objetivo sempre foi o fim dos impostos sobre os combustíveis, até o momento não havíamos obtido nenhum resultado concreto no mundo real.
Agora conseguímos.
Com a nossa participação no protesto de caminhoneiros na Av Brasil revertemos um caos logístico que iria se desenrolar no Rio de Janeiro. Era uma tragédia anuncia.
A Avenida Brasil é a espinha dorsal das vias de transporte do Rio de Janeiro. Uma via expressa por onde milhares de caminhões trafegam diariamente. Esses caminhões são fundamentais para a manutenção das condições de vida, pois, transportam comida, remédios, roupas, equipamento médicos e demais produtos que uma cidade precisa para existir.
Em Dezembro de 2023 a Prefeitura do Rio de Janeiro comunicou as autoridades empresarias desta cidade que a Av Brasil seria praticamente fechada para o transito de caminhões. Restariam apenas as pistas laterais e mesmo assim em horários restritos.
A consequência disso é que o roubo de carga iria disparar, as seguradoras certamente declinariam de continuar segurando as cargas e haveria um desabastecimento geral.
No dia 29 de Janeiro de 2024 vinte e cinco autoridades empresariais do Rio de Janeiro, entre elas a Federação das Indústrias, a Federação do Comércio, a Autoridade Portuária e o Sindicato do Comércio Varejista de Combustível, enviaram um oficio conjunto à prefeitura pedindo uma reunião sobre o fim do tráfego de caminhões na Av Brasil.
Todas as 25 autoridades foram solenemente ignoradas pela Prefeitura do Rio de Janeiro. No início de Março foram afixadas faixas em todas as passarelas da Av Brasil com o aviso de que caminhões seriam proibidos na via.
Soubemos depois que o plano deles era entrar na justiça contra essa decisão, mas, sabendo como está o Brasil de hoje temos certeza que a chance disso ter sucesso era mínima.
Quando essas placas foram afixadas imediatamente uma revolta se instalou entre os caminhoneiros. A primeira medida do grupo mais injuriado com essa decisão foi procurar o único movimento que eles veem diariamente na rua, que é o Movimento Combustível Sem Imposto.
Nós não sabíamos dessa proibição até que fomos avisados por este grupo.
Uma vez avisados nós começamos a organizar as ações. A data já estava definida. Então partirmos para as demais ações que eram necessárias:
A revolta dos caminhoneiros foi tão intensa que rapidamente um grupo de whatsapp com mais de 1000 caminhoneiros foi formado e o nosso video de chamada, bem como os banners de convocação, viralizaram pelas redes sociais.
Isso assustou a prefeitura que, em um ato inédito, resolveu retirar as faixas de proibição das passarelas no próprio Sábado dia 09 de Março e, paralelamente a isso, emitiu um comunicado que a proibição havia sido "adiada".
Note que 25 autoridades empresarias haviam pedido isso antes e foram ignoradas durante várias semanas. Dois dias após a chegada do Movimento Combustível Sem Imposto ao grupo a proibição foi "adiada".
No dia do protesto levamos uma equipe do CSI, além do próprio líder, para dar mais peso e organização a caminhonata.
As modelos ficavam na entrada da concentração para orientar os caminhões que estavam chegando. Havia um adesivador focado em colar adesivos e outras pessoas interagindo e animando os manifestantes.
A concentração começou as 6hs da manhã, mas, a carreata saiu somente as 8hs30 fazendo o retorno na Via Dutra e seguindo em direção a prefeitura do Rio.
Sobre o carro de som que liderava a caminhonata haviam cinco integrantes do Movimento Combustível Sem Imposto agitando as nossas bandeiras para que as pessoas que passassem vissem o nosso logotipo que agora já é bem reconhecido no Rio de Janeiro.
Na altura do Caju os caminhões retornaram e o carro de som se dirigiu a prefeitura.
Chegando lá foi decidido que o líder do Movimento Combustível Sem Imposto, Alexandre do Nascimento, mais dois caminhoneiros falariam pela categoria e em última análise, por toda a população.
O encontro aconteceria as 17hs no Palácio da Cidade em Botafogo
Chegamos cedo para a reunião. As 16hs15 min já estávamos sentados. O acordo é que uma pessoa falaria pelos três representantes. Como chegamos cedo fomos nós a falar.
O Palácio da Cidade é realmente um palácio. Nos surpreendeu como uma cidade em ruínas com tanta gente na miséria pode ser coordenada de dentro de um palácio.
De um lado da mesa sentou o pessoal da prefeitura e do outro sentou as autoridades empresárias. Muitas delas como Firjan, Fecomércio, Porto, Sindcarga, etc.
O prefeito Eduardo Paes chegou e fez um longo discurso político criticando seu antecessor por não ter completado a obra do BRT Transbrasil mesmo tendo recebido o dinheiro do governo Bolsonaro.
Logo após o prefeito um dos representantes da setor empresarial, bastante ligado a prefeitura do Rio, começou a falar de forma bem burocrática sobre estudos, ofícios, reuniões e investimento no porto.
Aquela conversa foi me causando uma intensa irritação e assim que esta primeira pessoa acabou a fala eu, Alexandre, fui o segundo a falar.
Comecei pedido desculpas pela sinceridade com a qual eu me expressaria, mas, falei da forma mais clara possível. O que eu disse foi mais ou menos o seguinte: "Se vocês tivessem colocado uma placa escrito Podem roubar caminhão a vontade teria sido menos grave."
Por mais uns dois minutos eu discorri sobre a explosão dos assaltos, fim da cobertura de seguros, caminhões de outros estados que disseram que não viriam mais ao Rio, desabastecimento principalmente na Zona Sul e Centro, etc."
Depois o prefeito Eduardo Paes tomou a palavra novamente e vieram os 30 segundos que decidiram a reunião.
O Paes disse mais ou menos o seguinte: "Então vamos conversar sobre uma forma de Av Brasil funcionar com o BRT, mas, se vocês insistirem nesse negócio de não haver restrição nenhuma a caminhões nós vamos ter um conflito."
Como o microfone estava na minha mão eu respondi: "Então vamos ter um conflito."
Com uma única frase colocada no segundo exato, a questão dos caminhões foi resolvida. Não haveria mais restrições a caminhões.
No fim da reunião duas pessoas do setor produtivo vieram me elogiar. Uma disse que pensou assim durante a minha fala: "Esse não é puxa saco."
Com uma única frase colocada no segundo exato, a questão dos caminhões foi resolvida
Combustível Sem Imposto
No grupo dos caminhoneiros foi pedido e acordado que uma das exigências seria o BRT funcionar em somente uma pista. Esse grupo empresarial financiou um estudo imenso sobre a Av Brasil. Esse estudo concluída que a retirada de uma pista para o BRT iria deteriorar o trânsito.
O projeto original era a Av Brasil ser alargada nas estações para que o BRT expresso não precisasse parar em cada estação.
O próprio Eduardo Paes ventilou a hipótese de começar com o BRT em uma única pista.
Mas três dias depois da reunião do dia 11, no dia 14, foi marcada uma outra reunião no Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Novamente todas as autoridades estavam lá. Todas elas não queriam a Av Brasil em duas pistas, mas, estranhamente, e ao contrário do que foi acordado antes, quem falou pelo setor produtivo disse que não tinha objeção.
Ninguém mais quis falar nada e os outros dois caminhoneiros que estavam presentes foram chamados a falar também se pronunciaram a favor de menos uma pista para a Av Brasil.
Fui o único a veementemente se opor ao BRT operando em duas pistas. Nem os caminhoneiros que vão ficar engarrafados na Av Brasil se opuseram, pelo contrário, elogiaram a decisão.
Fui o único a veementemente se opor ao BRT operando em duas pistas.
Alexandre do Nascimento
O Rio de Janeiro iria sofrer uma catástrofe no abastecimento e o trabalho em conjunto do Movimento Combustível Sem Imposto com um grupo de caminhoneiros muito corajosos salvou a vida de milhões. Os que estavam lá foram verdadeiros heróis.
A grande maioria, mais uma vez, prefere ter a vida arruinada do que sair da zona de conforto.
Esse protesto não foi uma obra exclusiva do Movimento Combustível Sem Imposto, mas, sem a nossa participação a chance de sucesso cairia bastante e poderia realmente não ter acontecido. Se o prefeito Eduardo Paes com toda a sua experiência política e de argumentação tivesse do outro lado da mesa um simples caminhoneiro o desfecho provavelmente seria outro.
Só que dessa vez não havia um simples caminhoneiro falando pela classe dos caminhoneiros. Do outro lado estava o líder do maior movimento do Brasil, com décadas de experiência em vendas e negociações, que não estava falando pela classe dos caminhoneiros e sim pelo povo do estado que iria sofrer com desabastecimento. Isso teve bastante peso para reverter essa tragédia anunciada.
Agora conheça as vantagens da PEC (Projeto de Emenda à Constituição) do nosso movimento.