Nesta terça dia 14 de Setembro de 2021 a Câmara dos Deputados fez uma audiência com o presidente da Petrobrás, General Joaquim Silva e Luna, sobre o preço dos combustíveis.
O resumo é: Perca qualquer esperança de vir uma solução por parte de Brasília. Isso não vai acontecer.
A solução envolve cortar gastos estatais em larga escala. Isso é um assunto que nem o presidente e nem os parlamentares sequer chegam a citar, quanto mais, fazer algo para ser concretizado. No que depender deles não vai haver.
E isso ficou provado mais uma vez nas quase cinco horas de audiência onde a expressão "corte de gastos" ou algo similiar, não foi citada nenhuma vez por nenhuma das dezenas de parlamentares que falaram e nem pelo presidente da Petrobrás.
Se Joaquim Silva e Luna servisse com Napoleão no Grand Armeé seria um general auxiliar. Bom executor sem visão sistêmica e sem a ousadia necessária para resolver crises.
Em 1985 ele era Major do exército, ou seja, toda a sua doutrinação foi no período da ditadura e sob a bandeira nacionalista de estado grande e estatais como solução dos problemas.
Dessa forma ele foi ensinado e dessa forma ele pensa até hoje. É um velha guarda com, aparentemente, boas intenções dentro da sua visão de mundo estilo década de 70 que ele carrega.
Apesar de ser um orador limitado ele é bom em executar tarefas. Deixou claro que quem manda na Petrobrás é o Ministério das Minas e Energia ao qual ele pede orientações. Bem o estilo do general que segue ordens.
Joaquim Silva e Luna seria um general de divisão no exército de Napoleão. Não teria como chegar ao posto de Marechal e comandar de forma independente um Corpo de Exércitos, pois, para isso seria necessário uma visão sistêmica e estratégica que nesse caso está ausente.
Sua apresentação inicial foi ridícula. Para a maior estatal do Brasil os Power Points parecem que foram feitos pelo aluno de primeiro grau de escola pública do município.
A maior parte do tempo foi gasto falando amenidades da história da Petrobras. Com uma crise dessa escala o que se procura é solução e não saudosismo.
Na parte do preço do combustível choveu no molhado falando que o preço da gasolina é 2 reais na refinaria e fora isso é culpa dos impostos. Acertamente falou sobre os impostos federais que continuam incidindo no produto.
Em nenhum momento falou da disparada do cambio que ocorreu pela massiva impressão de dinheiro, um verdadeiro assalto ao povo, feita pelo governo federal. Não falou porque não sabia ou porque não quis. De qualquer forma, não falou.
Quando questionado sobre o preço do gás, um dos seus principais insumos, disse que o valor da concorrência é de 20 dólares enquanto o da PB é 10 doláres. A verdade é que o gás no mercado internacional custa 4 dólares. Menos da metade do preço que a Petrobrás vende.
Na questão do gás a Petrobrás ainda detém o monopólio, apesar da lei do gás, e diferentemente da gasolina, onde existe concorrência, nesse setor a estatal ganha os tubos de dinheiro em cima do povo.
Colocou a culpa do preço alto dos combustíveis nos impostos. Ao mesmo tempo disse que a grande contribuição da Petrobrás para o Brasil é ser uma grande pagadora de impostos. Para ele o imposto é ruim, mas, ele se orgulha disso. Foi o ápice da contradição.
Pelo que foi possível entender ele ama estatais e, como militar, quer simplesmente cumprir bem as ordens que recebem sem se envolver nos escalões superiores.
E por fim falou com todas as letras que a empresa "está saneada". Nada mais longe da verdade. A Petrobras continua carregando uma dívida multi-bilionária, mas, agora essa dívida entrou dentro de um patamar racional.
Sobre a disparada de preço nos combustíveis ele simplesmente não quis se pronunciar e nem foi perguntado enfaticamente sobre isso.
Alguns falaram que ele colocou a culpa no ICMS e isso não é verdade. Ele simplesmente se omitiu no objetivo de ficar bem com todo mundo. Ele jamais colocaria a culpa no chefe dele ou no congresso falando com toda a sinceridade sobre a impressão de dinheiro. Isso seria esperar demais.
Os políticos brasileiros nunca foram conhecidos pela sua capacidade intelectual, mas, nessa audiência eles se superaram.
A grande maioria aproveitou a oportunidade para pedir que a Petrobras faça alguma obra no seu estado para favorecer seus eleitores. Uma espécie de compra de voto indireta. Parece que eles continuam vendo a estatal como uma grande vaca leiteira.
A maioria pediu a mudança da política de preços da Petrobrás como se a empresa pudesse funcionar lucrando abaixo do possível. Eles acreditam que uma estatal é uma entidade mágica que, de alguma forma, pode viver a margem das regras econômicas e deve atuar para servir ao povo quase que de uma maneira filantrópica.
Eles já esqueceram, ou fizeram questão de esquecer, o passado recente da companhia onde esse tipo de gestão levou a companhia a ter a maior dívida coorporativa do mundo.
O representante do PSB teve como reposta a crise criar um fundo, administrado por políticos, com dinheiro do povo para diminuir a quantidade de dinheiro que o povo paga no combustível. Uma solução bem típica do pensamento do político médio brasileiro.
O representante do PT no meio de toda a crise limitou-se a perguntar se a estatal ia ser privatizada.
Menção honrosa para o Elmar Nascimento que não apontou nenhuma solução, mas, fez perguntas inteligentes sobre o gás e foi quem tocou no ponto do preço abusivo que a estatal pratica nesse produto.
No mais os políticos somente falaram coisas genéricas do tipo: "Temos que discutir soluções para essa crise" e outras frases parecidas.
É uma verdade batalha de "formigas contras os elefantes" da velha e doente política social e econômica...onde as formigas somos nós o povo e o elefante a máquina de fazer dinheiro do Estado... Batalha difícil mas ñ podemos perder a ESPERANÇA... ESTAMOS NA LUTA CSI!🤜🤛🇧🇷🆘️🍽⛽🍽⛽🍽⛽